Para as empresas, os problemas financeiros são como a hipertensão arterial: uma doença silenciosa, que em seu início não dá sintomas; quando eles começam a aparecer, é sinal de que a doença já está grave. Em muitos casos, não há mais o que fazer para evitar a morte. A maioria dos empresários só se dá conta de problemas na “saúde financeira” quando a situação já está em estado crítico, exigindo ações de urgência, quando a doença já não é irreversível (empresa já está quebrada).
Há dados do IBGE que indicam que mais de 40% das empresas fecham as portas antes de completar 5 anos*. As principais causas estão ligadas ao fluxo de caixa – as empresas quebram porque falta dinheiro de capital inicial, de capital de giro quando estão crescendo, ou porque imobilizam muito capital, vendem demais a prazo, pecam com a inadimplência… Há uma lista de motivos associados.
É possível afirmar que todos esses negócios, independente do ramo, precisaram passar pelas mãos de um contador no momento da constituição da empresa, para o apoio no momento de obter o CNPJ e alvarás necessários ou ainda habilitar a emissão de notas fiscais.
Mas o que estavam fazendo os contadores em seguida, para permitir que 4 entre cada 10 das empresas constituídas fechassem por não saberem administrar os problemas citados anteriormente?
Ainda que muitos profissionais da área de contabilidade ignorem a realidade, o cenário atual tem apontado de maneira muita clara a necessidade de que o profissional contábil participe ativamente da gestão financeira do negócio de seus clientes. Entenda o por quê!
“Contador não se envolve com gestão financeira”: Cuidado com o mito!
No passado, a gestão financeira já foi vista como uma competência à parte do universo de atuação do contador para o seu cliente. A visão comum era de que a empresa já tinha seu volume de responsabilidades e não precisaria assumir mais um “filho para cuidar”.
No entanto, a evolução desse pensamento atende à resposta do seguinte questionamento:
Se as demonstrações contábeis refletem a evolução patrimonial, econômica e financeira das empresas, incluindo, por exemplo, demonstrações dos fluxos de caixa (DFC), por que haver um afastamento da contabilidade sobre a gestão financeira?
Soma-se o fato de que as atividades contábeis passaram a envolver a responsabilidade sobre várias tarefas que não são exatamente sua competência legal, a exemplo do fechamento de folhas de pagamento, abertura, alteração e baixa de empresa, controle de alvará… Se o contador assume tais atividades, por que não ajudar também na gestão financeira, um problema gigantesco e que ninguém ainda conseguiu resolver?
A contabilidade consultiva amplia sua participação na gestão do negócio
Quando dissemos que as empresas quebram por conta de problemas relacionados ao caixa, deve-se compreender que, no que diz respeito à gestão estratégica, nada é visto de maneira isolada. A empresa quebra, na realidade, porque compra mal, vende mal, falha no gerenciamento de pessoas, processos e recursos… O caixa é apenas um reflexo da má gestão sistêmica dos empresários.
O contador que dedica seu tempo somente à entrega das obrigações acessórias e resume seu papel ao envio de guia de impostos e pagamentos simplesmente assiste ao processo de enfraquecimento que pode levar ao fechamento da empresa.
A revolução do mercado contábil se refere à adoção de uma postura bem mais proativa, que enxerga uma oportunidade ainda não suprida no mercado de ajudar os empresários no controle financeiro e na gestão estratégica. A contabilidade consultiva atende a essa demanda, ao se propor a apontar os melhores caminhos e oferecer todo o suporte para que seu cliente alcance melhores resultados em todos os aspectos da gestão.
O contador amplia suas receitas, ao inserir um novo serviço de alto valor agregado, e o cliente se sente amparado de maneira bem mais ampla pela sua empresa contábil, ao ser atendido em seus anseios e necessidades.
Para compreender como dar os primeiros passos para atuar como contador consultor, acesse o artigo “O primeiro passo para se tornar um contador consultor”.
E então, vamos iniciar a revolução juntos?